sábado, 27 de agosto de 2016

As revelações de conveniência


Quando se começou a praticar a religião que viria a ser conhecida como Islamismo, Maomé tratou bem os judeus, porque eles eram, na sua percepção na época, o povo escolhido de Deus. E em resposta, os judeus de Medina, para onde Maomé fugiu de Meca, foram no princípio favoráveis ao profeta. Ele permitiu que continuassem a praticar a sua religião, a viver em paz e gozar dos mesmo direitos que os seus seguidores. Nesse princípio, Maomé aprovava as Escrituras judaicas e até fez os seus seguidores orarem voltados para Jerusalém, apesar da cidade não ser mencionada no Corão.


Série "O Conflito de Séculos"
3/5 As revelações de conveniência
Extraído e adaptado de "Jerusalém, um cálice de tontear".
Dave Hunt

Não demorou muito porém que os Judeus começassem a sentir-se pouco à vontade com as tendências bélicas de Maomé. E eles não podiam levá-lo a sério na sua invocação de que era o Messias prometido pelas Escrituras, até porque, ele não satisfazia nenhuma das qualificações necessárias, e entre a mais óbvia, ele não era descendente de David. Irritado com a sua rejeição, o profeta voltou-se ferozmente contra os judeus.

Enquanto o Islamismo ainda estava no processo de desenvolvimento não havia uma definição sobre que reacção deveria ser tomada em relação aos “infiéis” que não aceitassem a nova religião. Assim que surgia a necessidade de tomar alguma posição sobre o que quer que fosse havia uma “revelação nova”. Boa parte do Corão foi escrito com revelações progressivas de Alá para cuidar de problemas que surgiam e à medida que o profeta estabelecia o seu poder e autoridade. Como era de esperar, essas revelações de conveniência serviam para desacreditar ainda mais o profeta aos olhos cépticos dos judeus.

Por exemplo: Maomé apaixonou-se desesperadamente pela jovem e linda esposa do seu filho adoptivo Zaid. Ele então pediu a Zaid para se divorciar e dar-lha como esposa e o casal recusou-se. Maomé então, por coincidência, recebeu uma nova revelação que adicionou ao sempre crescente Corão. Alá, “benevolente” para com Maomé, ordenou a Zaid que desse a sua esposa ao profeta. Sura 33:35-39

Uma revelação igualmente oportuna veio quando os seus seguidores durante o período da residência do profeta em Medina, se recusaram a roubar e atacar caravanas dos seus compatriotas de Meca. Maomé recebeu esta palavra de Alá que se tornou mais uma parte do Corão em desenvolvimento: “A jihad foi ordenada a vós e vós não gostastes dela, e poderá acontecer que vós não gostais de algo que é bom para vós e que gosteis de algo que é mau para vós. Alá sabe mas vós não sabeis.” Sura 2:216

Não foi portanto nenhuma surpresa que os judeus rejeitassem Alá, pois ele não era senão mais um deus pagão, entre muitos outros, resgatados de Caaba, e que Maomé tenha recebido mais uma revelação oportuna. Ele acusava os judeus de terem corrompido as Escrituras, de terem matado os profetas e de terem rejeitado o Messias. Nessa época Maomé mudou abruptamente o “qibla” (o ponto onde os muçulmanos devem voltar-se em oração), de Jerusalém para Meca e Caaba, um costume que tinha feito parte da adoração pagã dos seus ancestrais durante vários séculos.

Os judeus então acusaram Maomé de voltar à idolatria e começou a inimizade entre os muçulmanos e o “povo do livro”, a qual continua até hoje. Por exemplo, os judeus de Banu Kuraiza deram ajuda material aos inimigos de Maomé, Abu Sufyan e à tribo Quraish. Como vingança Maomé forçou a renderem-se ao seu enorme exército de 3.000 guerrilheiros e deu-lhes a opção de se converterem ao Islamismo ou morrer. Eles escolheram a última crueldade. Os seus 600 homens guerreiros foram mortos e enterrados no mercado de Medina; as suas mulheres e os seus filhos foram vendidos como escravos.



O CONFLITO DE SÉCULOS
1/5 Abraão em Meca 
5/5 A verdadeira obsessão 

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