sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Porque eu, uma gentia, amo o povo Judeu

Um homem, a quem alguém pode chamar um missionário, estava a fazer visitação num bairro Judaico. Então, em certa residência, encontrou uma pessoa que lhe disse: "O que eu detesto em pessoas como você é que acusam sempre os Judeus por terem matado o vosso Cristo".

"Quem quer que seja que lhe disse isso errou", replicou o missionário. E de imediato abriu a sua Bíblia em Isaías 53:5 onde leu: "Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados."

"Está a ver?" Disse o missionário, "Ele foi pendurado lá por mim."
by Catherine Damato

Mas porque eu, uma cristã gentia, e não uma missionária, amo o povo Judeu? A minha primeira resposta seria… "E porque não?"

Cresci num lar Cristão com pais que falharam em ensinar a respeito do preconceito contra qualquer etnia. Bem, não é fácil ensinar o que desconhecemos e os meus pais aparentemente não sabiam nada acerca de “cristãos-matadores”. Mas eles sabiam que tinha havido um evento judicial no ano 33 que mudou a forma de o governo Romano administrar o que tinham sob a sua responsabilidade.

Os meus pais sabiam muito bem que o Maravilhoso, Conselheiro, o Altíssimo Deus, o Eterno Pai, o Príncipe da Paz (Isaías 9:6) foi pendurado na cruz e por essa razão os sues pecados foram perdoados e por isso receberam a certeza de poder entrar nos céus.

Mas eu estava destinada a ter um choque. Quando terminei a escola secundária, mudei-me de uma pequena e pacífica cidade para outra afim de frequentar a universidade. Então, fui "jogada" num ambiente estranho. Entre os meus colegas havia várias jovens descendentes de Irlandeses, e estava lá Emma Cohen (nome fictício). Ao mesmo tempo que eu me sentia feliz com as minhas colegas irlandeses também me sentia mais confortável com a companhia de Emma.

Um dia, fui convidada para almoçar com a sua família. Nesse mesmo dia, Emma deixou a universidade repentinamente, e assim que ela saiu uma das irmãs de Erin surpreendeu-me perguntando: "Catherine, tu és Judia?" Assegurei-lhe que não mas fiquei desconcertada com a pergunta e foi nesse momento que me apercebi que Emma Cohen era Judia. Não liguei nenhuma importância à descoberta e apenas pensei que a sua religião fosse uma questão dela.

Viviam-se naqueles eram tempos muita turbulência na América e no mundo. A ameaça Nazi estava em crescimento na Europa. Nós ouvimos sobre os horrores da "Noite de Cristal" e outras demonstrações contra os Judeus na Alemanha. Mas o meu pensamento era, "não é terrível o que alguns Alemães estão a fazer com outros Alemães?"

Fossem eles Luteranos ou Judeus eu mal os sabia distinguir. O que eu sabia era que queria manter a maior distância de qualquer diferenciação.

Houve outros encontros na minha longa caminhada para reconhecer os tabus tribais sob os quais vivíamos. Mas à medida que me encontrei com mais Judeus, percebi que eles enquadravam-se nas categorias de bons, maus e intermédios, tal como os meus amigos e conhecidos gentios. Conheci muitos Judeus talentosos, imaginativos, pessoas criativas, dignas e sábias, e diferentes. Essas diferenças eram tentadoras para mim. Porque eu deveria criar laços de amizade apenas com pessoas parecidas comigo? Eu já sabia como eles eram. Encontrar-me com alguém um pouco diferente para mim era estimulante.

Entretanto, talvez algum pensador antigo colocasse a coisas em melhores termos. Encontrei Mateus, e ele leva-nos até ao Novo Testamento.

Se tudo o que fazes é amar o que é amável, esperas uma recompensa especial por isso? Qualquer um pode fazê-lo. Se simplesmente dizes "olá" a quem te cumprimenta, esperas receber uma medalha? Qualquer atleta pecador faz isso. Numa palavra, o que eu estou a dizer é, CRESCE! Tu és o objecto do Reino. Então vive como tal. Vive a tua identidade divina. Vive generosamente e graciosamente em favor dos outros, a forma como Deus vive em relação a ti. (Mateus 5:46-48)

Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.

Então eu tive o meu encontro pessoal com o Messias dos Judeus. Tendo nascido num lar cristão isso não fez de mim uma cristã. Eu não poderia herdar a salvação através dos meus pais. Eu também não a poderia ter adquirido por crescer numa atmosfera cristã. Eu apenas poderia tornar-me Cristã acreditando pessoalmente em Cristo.

Depois da minha experiência com Jesus passei a ir à igreja voluntariamente e como ouvinte atenciosa. Foi então que me tornei consciente sobre a realidade do povo Judeu. O pregador da Igreja que eu frequentava falava muito sobre a "dívida" da Cristandade para com o povo Judeu. Aprendemos sobre a chamada de Deus gloriosa a Abraão em Génesis 12:1-3; a promessa de terra dada a Abraão; um povo; uma grande nação; e um destino sagrado de um homem através do qual todas as famílias da terra seriam abençoadas.

Aprendemos que a semente de Abraão através de Isaac seria separada para possessão preciosa de Deus.

“Porque o SENHOR escolheu para si a Jacó, e a Israel para seu próprio tesouro.” (Salmos 135:4) Isto foi vital para Deus cumprir com o seu plano por gerações. Isto é também descrito melhor em Romanos 9:4: "… são israelitas, dos quais é a adopção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas."

Eles tinham tudo a favor deles: família, alianças, glória, revelação, adoração, promessas... e como tal estariam sempre debaixo de ataque constante de Satanás.

Aprendemos também que na mesma passagem onde Deus diz, "abençoarei os que te abençoarem", a bênção é seguida de de um triste aviso: "E amaldiçoarei os que te amaldiçoarem". Génesis 12:3

Nos tempos modernos nós temos visto a bênção e a maldição posta em prática. Não será possível que o nosso próprio sucesso como nação e o nosso surgimento como super-potência se apoie num único factor, que nunca ter havido na curta história dos Estados Unidos um único governo que promovesse oficialmente a perseguição dos cidadãos Judeus?

Ao mesmo tempo, no Século XX o mais fanático e impiedoso perseguidor dos Judeus, Adolfo Hitler, viu o seu "Reino Milenar" que gabava tanto, afundar em chamas no 12º aniversário da sua existência e acabou por morrer pela sua própria mão.

Há ainda a vasta contribuição dos Judeus para a sociedade como um e todo: na ciência, medicina, arte e literatura. Os Estados Unidos são o lar do filósofo Mortimer Adler, um dos mais influentes pensadores Americanos desde William James. Milhões de pais podem agradecer a Jonas Salk e Albert Sabin que com as duas descobertas que garantiram que mais nenhuma criança necessitasse de ser derrubada por essa horrível doença infantil e paralisante poliomielite.

A teoria da relatividade de Albert Einstein revolucionou o pensamento na física e na matemática, enquanto que o pintor Marc Chagall e o escultor Jacob Lipstein fizeram grande contribuições no mundo da arte. Na literatura podemos apontar Sholem Asch e Elie Wiesel.

Mas estes nomes representam apenas um exemplo. Os Judeus têm feito contributos inestimáveis para a ciência e par a cultura como nunca o fizeram antes. Eles são de facto possessão peculiar de Deus.

Pense nisto comigo, a própria Bíblia não tem um único autor gentio, ou melhor, talvez apenas um, pois há a possibilidade de Lucas ser gentio. Então, nós os gentios temos de agradecer a Israel pela Bíblia que nós estimamos.

Nós também devemos gratidão a Israel pelo nosso Redentor. Para nós Ele não era o Messias. Nós, gentios, não procurávamos por um Messias. Nunca tivemos a promessa de um Messias. Nós não nos sentíamos excluídos quando Jesus enviou os seus discípulos avançar com uma missão.

Mateus 10:5-6: “Jesus enviou os doze com as seguintes instruções: “Não se dirijam aos gentios, nem entrem em cidade alguma dos samaritanos. Antes, dirijam-se às ovelhas perdidas de Israel.”

Os discípulos de Jesus estavam determinados a anunciar ao povo da aliança que o seu Rei tinha chegado e estava pronto para estabelecer o Reino através do qual o mundo seria abençoado.

A Palavra de Deus está repleta com declarações de que o ministério do Messias seria abençoar o mundo inteiro. A promessa par Abraão em Génesis 12:3, "Em ti todas as famílias da terra serão abençoadas", é repetida quatro vezes em Génesis.

As escrituras Hebraicas estão cheias com exemplos de como o povo Judeu seria uma bênção para as nações. Como pode alguém que ama a Deus ficar admirado, e mesmo boquiaberto, por um povo tão abençoado, tão peculiarmente separado para um destino especial? Um escritor do Novo Testamento, Paulo, disse-o melhor em Romano 11:33: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!”

Já tomou consciência de algo tão parecido com esta extravagante generosidade de Deus, esta profundidade, sabedoria profunda? Isto ultrapassa completamente o nosso entendimento. Nós nunca imaginaríamos.

E saibamos que o único Deus verdadeiro foi dado ao mundo por Israel. Durante os seus 400 anos de permanência no Egipto, as crianças de Israel foram expostas ao paganismo na sua forma mais impura, com os seus ídolos e a sua adoração a seres criados, mais do que ao Criador que os formou.

Mas a simples declaração e Deuteronómio 6:4: "Ouve Ó Israel: O Senhor nosso Deus, o Senhor é Um!", varreu com qualquer preferência por tais crenças e possa ter estabelecido a identidade de Deus como Um e pessoal para o crente.

A Shema, era o mandamento basilar para reconhecer apenas o Senhor Deus e proibia crer em qualquer outro deus assim como a prática de qualquer idolatria.

"Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra; não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam, e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos." Deuteronómio 5:6-10

Os deuses dos pagãos nunca poderiam ser completamente apaziguadores; as suas práticas religiosas eram degradantes e sangrentas. Em Romanos 1:18-32, o Apóstolo Paulo descreveu o declínio do paganismo de uma simples ingratidão para a total depravação.

“Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça. Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso Deus os entregou, nas concupiscências de seus corações, imundície, para serem os seus corpos desonrados entre si; pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram criatura antes que ao Criador, que é bendito eternamente. Amém. Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro. E assim como eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado, para fazerem coisas que não convêm; estando cheios de toda a injustiça, malícia, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, dolo, malignidade; sendo murmuradores, detractores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, sem misericórdia; os quais, conhecendo bem o decreto de Deus, que declara dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam."

Através dos séculos desde que o Génesis foi escrito, os críticos da Bíblia têm depreciado a história do sacrifício de Isaac, a qual não chegou a concretizar-se, de facto. O que eles não compreendem é que o sacrifício humano era uma prática comum entre os vizinhos pagãos de Abraão. Deus estava a questionar Abraão, "Tu és capaz de fazer por mim o que o teus vizinhos fazem pelos seus falsos deuses?" Mas o Deus que se revelou a Israel e à restante humanidade não requer sacrifício humano. A morte de Jesus há dois mil anos atrás foi suficiente.

Voltemos à questão principal: Porque eu, uma gentia, amo o povo judeu. Tal como disse no início desde artigo, nunca tive qualquer sentimento de hostilidade relativamente a qualquer grupo ou povo, mas quando me converti a Cristo eu comecei a apreciar o povo Judeu mais do que antes.

E o que é um Cristão? Eu não sou cristã porque sou gentia. Há Budistas, Hindus, e pessoas com outras crenças, entre a população gentia.

Os primeiros Cristãos eram, com certeza, Judeus que reconheciam Cristo como seu Messias. Actos 11:26 diz, "E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.". O termo implica crer em Jesus de Nazaré como o Messias, pois em Grego "Christos" significa "o Ungido", ou "Messias".

Os Cristãos, então, foram aqueles que alteraram as suas convicções relativamente a Deus pois, passaram de um estado para outro, de um estado de separação de Deus, ou seja, de perdidos, para um estado de união com Deus através de Cristo e o que Ele realizou na cruz.

Ao tornar-me cristã os meus sentimentos mudaram relativamente ao povo Judeu, de interesse e atracção para um grande sentido de endividamento.

A minha dívida é para um povo que é um povo como todos os outros, mas que é também muito mais do que isso. Eles são o povo que deu o meu Salvador ao mundo, que deu a Palavra de Deus ao mundo, a quem Deus se deu a conhecer pessoalmente e que é o Único verdadeiro Deus.

Eles são pioneiros de muitas bênçãos temporais que foram dadas ao mundo; mas muito mais do que isso, eles deram imensuráveis e incalculáveis bênçãos espirituais ao mundo. E eles são um povo com uma linhagem que poucos, ou mesmo nenhuns, conseguem combinar.

Como então um gentio que conhece a Cristo como Salvador não amar o povo Judeu, como uma povo amado por Deus, escolhido por ele para sua própria glória? Quando Moisés se despediu do povo que ele dirigiu para fora do Egipto até às fronteiras da terra prometida, ele disse:

"Bem-aventurado tu, ó Israel!
Quem é como tu?
Um povo salvo pelo Senhor, 
o escudo do teu socorro,
e a espada da tua majestade;
por isso os teus inimigos te serão sujeitos,
e tu pisarás sobre as suas alturas."

Deuteronómio 33:29

Quer realmente saber porque eu amo os Judeus? À medida que fiquei mais próxima de Deus, e entendi mais acerca do quanto Ele me ama, eu percebi no meu coração que queria amar aqueles que Ele ama. E Deus ama o povo Judeu muito, muito mesmo. As forças do mal odeiam o povo Judeu e poderiam destruí-lo. Então, eu imagino que a escolha é entre Deus e Satanás, o bem e o mal. E eu escolho o caminho de Deus - Eu amo o povo Judeu.

Traduzido de
One For Israel

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