quarta-feira, 1 de junho de 2016

A Declaração de Baltimore


A Conferência de Baltimore foi chamada a "Conferência Sionista Extraordinária" e foi realizada de 6 a 11 de Maio de 1942 em Nova Iorque. Devido à guerra, o Congresso Sionista (que reunia de quatro em quatro anos) não pôde ser realizado nesse ano e por isso a "Conferência Sionista Extraordinária" foi chamada assim para corresponder com um propósito idêntico de discussão e constituição de políticas de acção Sionistas.

Participantes de uma vasta variedade de organizações Sionistas estiveram representados na Conferência. A declaração conjunta emitida no fim da sessão foi conhecida como o Programa de Baltimore. O programa reafirmou a exigência Sionista de não haver qualquer restrição à imigração Judaica para a Palestina e que a região deveria servir a Comunidade Judaica. Esta declaração foi a primeira em que organizações não-Sionistas se juntaram aos seus parceiros para defender publicamente o estabelecimento desse Lar Judaico.

A Declaração Adoptada pela Conferência de Baltimore:

1. Os Sionistas Americanos reunidos nesta Conferência Extraordinária reafirmam a sua devoção inequívoca à causa da liberdade democrática e justiça internacional, na qual o povo dos Estados Unidos, aliado com outras Nações Unidas, se tem empenhado dedicadamente a dar expressão à sua fé na vitória final da humanidade e justiça contra a anarquia e a brutalidade.

2. Esta Conferência endereça uma mensagem de esperança e encorajamento aos seus concidadãos Judeus nos guetos e campos de concentração da Europa dominada por Hitler e oramos para que a hora da sua libertação possa não estar muito distante.

3. A Conferência envia calorosas saudações à Agência Executiva Judaica em Jerusalém, ao Va`ad Leumi (Conselho do Povo Judaico) e a todos os Yishuv (assentamentos judaicos), expressando a sua profunda admiração pela sua perseverança e realizações, apesar dos perigos e grandes dificuldades.

4. Na nossa geração, e em particular no decurso dos últimos vinte anos, o povo Judeu tem revitalizado e transformado a sua terra ancestral; de 50.000 habitantes desde a última guerra o seu número tem aumentado para mais de 500.000. Eles têm feito com que lugares pantanosos dêem fruto e com que o deserto floresça. As suas realizações pioneiras na agricultura e na indústria incorporam novos padrões de empreendimento cooperativo e têm escrito uma página notável na história da colonização.

5. Os novos valores que estão criados são partilhados com os seus vizinhos Árabes na Palestina. O Povo Judeu imbuído no seu próprio trabalho de redenção nacional acolhe com satisfação a economia, agricultura e o desenvolvimento nacional dos Estados e povos Árabes. A conferência reafirma que assume as posições previamente adoptadas nos Congressos da Organização Sionista Mundial, expressando a sua disponibilidade e o desejo do povo Judaico por uma completa cooperação com os seus vizinhos Árabes.

6. A Conferência apela para o cumprimento do propósito original da Declaração de Balfour e do Mandato que reconhece a ligação histórica do povo Judeu com a Palestina, que era conceder-lhes a oportunidade, tal como foi afirmado pelo Presidente Wilson, de fundar no território um Lar Nacional Judaico. A Conferência afirma a sua irrevogável rejeição do Papel Branco de 1939 e rejeita a sua validade moral e legal. O Papel Branco visa limitar, e de facto anular, o direito dos Judeus de emigrar e habitar na Palestina, e, como afirmou Mr. Winston Churchil na Câmara dos Comuns em Maio de 1939, que constitui uma ruptura e repúdio da Declaração de Balfour. A política do Papel Branco é cruel e indefensável pois recusa o refúgio aos Judeus de fogem da perseguição Nazi; e num tempo em que a Palestina se torna um ponto focal na frente de guerra das Nações Unidas, sendo que os Judeus no território podem fornecer toda a mão-de-obra disponível para a agricultura, fábricas e campos. Essa política colide e prejudica os interesses dos esforços dos aliados na guerra.

7. Na batalha contra as forças da opressão e da tirania, na qual os Judeus são as primeiras vítimas, e que agora ameaça o Lar Nacional Judaico, deve ser dado o reconhecimento do direito dos Judeus na Palestina de desempenhar a sua total responsabilidade no esforço de guerra e de defender o seu país, através de uma força militar Judaica que combata debaixo da sua própria bandeira e sob o comando das Nações Unidas.

8. A Conferência declara que uma nova ordem mundial que se seguirá à vitória não pode ser estabelecida com fundações de paz, justiça e igualdade, a menos que o problema do desalojamento dos Judeus seja resolvido. A Conferência anseia que as portas da Palestina sejam abertas; que a Agência Judaica seja investida de capacidade para controlar a imigração com a autoridade necessária para construir o seu país, incluindo o desenvolvimento de terra desocupada e sem cultivo; e que a Palestina seja consagrada como Comunidade Judaica integrada na estrutura de um mundo democrático novo.

Então e apenas dessa forma os erros do passado para com o povo Judeu serão corrigidos.

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