quarta-feira, 25 de maio de 2016

A partilha de 1947



Nos tempos que se seguiram à II Guerra Mundial o posicionamento dos Britânicos tornou tudo mais complicado. A par da crescente perseguição na Europa, em consequência da Declaração de Baltimore de 1942 na qual o líder Sionista Ben Gurion tornou explícito o objectivo da existência de um estado judaico independente para garantir o direito de livre imigração aos judeus dispersos pelo mundo, a interdição à imigração judaica imposta pelos Britânicos continuava a complicar imenso as pretensões sionistas.
O braço militar do movimento Sionista era a Hagannah, um exército dissimulado para defender os judeus contra os motins árabes. Em 1938 uma dissidência levou à formação de outros grupos, o Irgun, e mais tarde o grupo Lehi. O Irgun protagonizava actos terroristas contra os Árabes, enquanto que o grupo Lehi inicialmente confinava a sua acção a combater o imperialismo Britânico.

Durante a Guerra, o Palmach, uma unidade especial foi formada para estar em prontidão no caso de uma possível invasão da Síria. Durante a maior parte do tempo que durou a II Grande Guerra, o Haganah e o Palmach colaboraram com os Britânicos. Por um tempo e na verdade, especialmente em 1944, a Haganah e o Palmach estiveram empenhados em sufocar o Irgun e os membros do Lehi pois eles opunham-se à criação de um Estado negociado com o apoio das Nações. Contudo, depois da Guerra todos os grupos militares Judaicos tornaram-se activos a combater os Britânicos.

A Haganah organizou numerosas acções de imigração "ilegal" de Judeus trazendo para o território 250.000 judeus que viviam em campos de refugiados da Europa em qualquer tipo de barco que o pudessem conseguir. A violência entre Árabes e Judeus também disparou. Os Britânicos que estavam presentes em todos os eventos do processo de partilha do império, ao assumirem que não podiam empenhar-se mais, notificaram as Nações Unidas de que deveriam retirar da Palestina não depois de Agosto de 1948.

Depois de um debate considerável a Assembleia Geral das Nações Unidas por uma partição do território em dois Estados, um Judeu e outro Árabe, com Jerusalém destinada a ser uma cidade internacionalizada, o plano desfrutou de um fervoroso apoio da União Soviética e os seus governos satélites da Europa Oriental. Josef Stalin esperava que o novo Estado Judaico fosse um bastião contra o Imperialismo Britânico.

Devido ao apoio do Presidente Truman, apesar do conselho do Departamento de Estado e pressão do Departamento de Defesa, os Estados Unidos apoiaram o plano de partição e asseguraram a sua passagem à fase seguinte.

A 29 de Novembro de 1947, em Nova Iorque, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou o plano de partição com 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções e 1 ausente. (ver lista no fim deste documento).

Os Judeus aceitaram esta dolorosa proposta das Nações Unidas, pois já tinham perdido grande parte da terra a favor da Jordânia e não incluía Jerusalém, e a Liga Árabe rejeitou-a infiltrando guerrilheiros no território a partir de Dezembro desse ano. Em 1948 preferiram envolver-se numa guerra com vista à eliminação total do Estado de Israel logo após a sua independência.

A Resolução 181 também declarou Jerusalém para ser um corpus separatum (corpo separado), para ficar sob administração internacional das Nações Unidas. A área a ser administrada desta forma incluía a totalidade de Jerusalém, Belém e Beit Sahour, para abranger os locais sagrados cristãos. O estatuto de Jerusalém como corpus saparatum foi reiterado na Assembleia Geral das Nações Unidas pela Resolução 303 em 9 Dezembro de 1949, embora as Nações Unidas supervisionassem os acordos de armistício que determinaram que Jerusalém permanecesse repartida entre a Jordânia e Israel.


Votos a favor, 33:
Austrália, Bégica, Bolívia, Brasil, Bielorússia S.S.R., Canadá, Costa Rica, Checoeslováquia, Dinamarca, República Dominicana, Equador, França, Guatemala, Haiti, Islândia, Libéria, Luxemburgo, Holanda, Nova Zelândia, Nicarágua, Noruega, Panamá, Paraguai, Peru, Filipinas, Polónia, Suécia, Ucrânia S.S.R. União da África do Sul, U.S.A., U.R.S.S., Uruguai, Venezuela.

Votos contra, 13:
Afeganistão, Cuba, Egipto, Grécia, India, Irão, Iraque, Líbano, Paquistão, Arábia Saudita, Síria, Turquia, Yemen.

Abstensões, 10:
Argentina, Chile, China, Colômbia, El Salvador, Etiópia, Honduras, México, Reino Unido, Jugoslávia.


http://www.mideastweb.org/181.htm

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